24.8.14

BUENOS AIRES - O Básico

O ponto central de Buenos Aires é a Casa Rosada, sede da Presidência da República. Literalmente central, pois da Plaza de Mayo, onde está situada, parte a av. de Mayo, que corta Buenos Aires ao meio, e duas diagonais – as únicas que atravessam as simétricas e quadradinhas quadras da cidade, que é quase chata de tão previsíveis que são. Mentira... na verdade, o sistema de numeração das ruas (de 100 em 100 por quadra, ou seja, uma quadra vai de 1 a 100, a próxima de 101 a 200 e assim por diante) é bastante consistente e facilita demais a locomoção na cidade. Você pode estar em uma rua e sabe que a numeração na rua paralela é correspondente. É praticamente impossível estar em uma rua e não encontrar o número. É de uma simplicidade chocante para quem mora na maioria das cidades do Brasil, com ruas que normalmente seguiram a topografia da região, e numerações incompreensíveis.

 

Casa Rosada, centro do poder e centro geográfico da cidade
Mas voltando à Plaza de Mayo... dela também saem as três principais linhas de metrô de Buenos Aires, as linhas A, que corre ao longo da Av. de Mayo, a linha E, que vai em direção oeste, e a linha D, que corre ao longo da diagonal Saenz Peña, segue por um bom trecho da Av. Córdoba depois segue ao longo da Av. Santa Fé até os bairros de Palermo e Belgrano.


Mapa do subte na região central de Buenos Aires, e as quadras simétricas
Um dos pontos turísticos mais famosos de Buenos Aires é a feirinha de San Telmo, que acontece na Plaza Dorrego. Com bom humor, dá para chegar à pé, pegando a Calle Defensa, que sai do lado oeste da Plaza de Mayo, e seguindo reto por ela por 9 quadras (planas). Pode ser que eu não tenha dado sorte, mas nunca me encantei por San Telmo. A feirinha tem antiguidades, que não me interessam muito. Normalmente está cheia demais, beirando o insuportável. Os bares no entorno da praça estão bem caidinhos, e normalmente super cheios também. Eu pelo menos nunca tive uma experiência muito agradável ali... continuo gostando mais da feirinha da Recoleta, do outro lado da cidade, mas minha favorita agora é a feirinha da Plaza Cortázar, em Palermo.
 


Placas na parede do Café Dorrego, bar tradicional de San Telmo
 
 

17.8.14

BUENOS AIRES - Palermo

Minha decisão de ficar em Palermo foi por aquela minha vontade de viajar e não ser turista (!?!?), ou seja, de viver um pouco a cidade como um cidadão normal. Ficar em um lugar charmoso é bem legal para realizar este propósito. Palermo é uma área bem agradável da cidade, toda plana. As casas parecem ter seguido um modelo bastante uniforme de arquitetura. Embora a maioria dos lugares agora seja comercial (lojas, restaurantes, bares, escritórios de design e arquitetura), a maioria deles manteve a aparência exterior das casas, usando as grandes janelas como vitrines e incrementando o lado de dentro.




Lojas de Palermo, mantendo a fachada externa das casas

 


Fiquei a maior parte do tempo hospedada do Koten Hotel (sobre o qual já falei no post anterior), mas também passei uma noite em um quarto individual em um hostel bem legal, chamado Eco Pampa Hostel (hostel "butique", o primeiro 'ecológico' de Buenos Aires). Organizadíssimo e limpíssimo, também instalado em uma destas casas. A única coisa inusitada era que o local em que o hostel oferecia o café da manhã era o mesmo que se transformava em bar à noite. Então você pega seu pãozinho e café no balcão do bar e coloca naquelas mesas baixinhas de bares modernosos, e escolhe um sofá alto de veludo vermelho ou um pufe roxo para sentar.

Eco Pampa Hostel
Calle Guatemala 4778 - Palermo Soho
www.hostelpampa.com.ar

Outra coisa bem legal de Palermo é que algumas esquinas, nos pontos mais ‘bombados’, foram alargadas: assim, os bares têm mais lugar para espalhar mesinhas e o trânsito tem que ir mais devagar, pois só passa um carro por vez. Uma coisa que chama a atenção é que, apesar de a área ser super frequentada aos finais de semana, não há congestionamento de carros, nem gente brigando para estacionar. É de se supor que as pessoas dêem preferência ao transporte coletivo para chegar até lá. Como as ruas são super planas, é bem tranquilo chegar de metro (a estação Plaza Itália é a mais próxima) e caminhar, aproveitando para descobrir lojinhas, cafés, restaurantes...


As grandes esquinas nos pontos mais ‘bombados’ de Palermo

Há uma feirinha aos sábados e domingos na Plazoleta Cortázar (Jorge Luis Borges x Honduras). Para mim é a feirinha mais legal da cidade, com um clima similar ao da feirinha da Pça Benedito Calixto em São Paulo. Esqueça a feirinha de Santelmo, lotada e cheia de coisa velha (desculpe se alguém gosta de antiguidades...). Bom, na verdade a feirinha em si é ok, mas é todo o entorno que faz a diferença. Além de todas as lojas legais ao redor, bares, cafés, etc, tem vários galpões (vou falar galpões na falta de palavra melhor) em que diversos designers de roupas e sapatos, principalmente, vendem suas criações. Conhecem uma feirinha que acontece no Center 3 (em São Paulo) aos domingos? Tipo aquilo, mas multiplicado. Nas redondezas da pracinha tem no mínimo umas seis destas lojas compartilhadas, o paraíso para quem gosta de comprar coisas diferentes e tem paciência de ficar revirando cabides (não é muito o meu caso, mas curto o clima). Na área conhecida como Palermo Viejo há ainda outra pracinha, na Costa Rica x Malabia, com uma feirinha menor. Enfim, um lugar gostoso para andar, olhar, ver gente, se perder...


As agradáveis calçadas do bairro de Palermo

Perambulando pelas ruas do bairro, encontrei este lugar sensacional: o Dulce de Leche & Mozzarella Bar, da marca de doce de leite La Salamandra. Sanduíches, tortas e foccacias feitas com deliciosa e gorducha mussarela de búfala e docinhos feitos com doce de leite, além de vidros e latas de doce de leite de todos os tamanhos... FELICIDADE PARA OS SENTIDOS!!. Nas mesas, ao invés de tubos de catchup, tubos de ‘Salsa de Dulce de Leche’, para esguichar no que você quiser. Na minha última visita no final de 2013, apesar de todo o doce de leite, achei os preços bem salgadinhos...

 


Dulce de Leche & Mozzarella Bar
Calle El Salvador, 4761

Bem em frente, uma loja espetacular chamada Casa Chic (que também oferece um Bed & Breakfast no primeiro andar, com diárias por volta de US$ 220) A loja parece um sonho, um filme da Alice no País das Maravilhas: música envolvente, cheiros, velas, decorações, roupas campestres, troncos de árvore, armarinhos da casa da vovó com vidrinhos coloridos, um ambiente delicioso. E você pode entrar e xeretar à vontade, não vem ninguém te importunar. Não comprei nada, mas passei minutos de intenso deleite.

 

Casa Chic
Calle El Salvador, 4786
 
 
 

10.8.14

BUENOS AIRES - Alguns hoteis

Vou começar falando dos hoteis em que já fiquei em Buenos Aires.

Hotel Waldorf
Hotel 3 Estrelas simples, incluso em muitos dos pacotes para Buenos Aires à venda no Brasil. Os quartos standard são OK, um pouco escuros mas bastante razoáveis. O café da manhã é bom também. A rua em si não é muito charmosa, mas o mais interessante dele é a localização: a uma quadra e meia da Calle Florida, e bem próximo da Plaza San Martin (onde há uma estação de metrô, o chamado “Subte”), das Galerías Pacífico e de Puerto Madero (dá pra ir a pé). Depois de algumas idas a Buenos Aires, passei a não querer mais ficar próximo da Florida, que é muito cheia de gente, turistas, caça-turistas, mas para uma primeira viagem, talvez seja de lei gravitar em torno da Florida, para depois buscar outras paragens...

Faixa de Preço: R$ 200,00 a diária para casal
Endereço: Calle Paraguay 450
www.waldorf-hotel.com.br



Hotel Aspen Suites
Aqui comecei a tentativa de sair das proximidades da Calle Florida. Embora esteja a duas quadras apenas da Florida, já fica um pouco fora daquele buchicho em torno da principal rua de comércio de Buenos Aires. É bem próximo da Av. 9 de Julio (a mais larga do mundo, dizem os argentinos), e já perto de outra avenida de comércio de que gosto muito, porque é frequentada por locais, a Av. Santa Fé, que começa na Plaza San Martin (a uma quadra e meia). Enfim, o hotel é suficientemente próximo da Calle Florida, mas já abre outros olhares sobre a cidade. Na verdade, é um flat, então os quartos são equipados com uma pequena copa, pia, utensílios de cozinha... muito bom para quem tem criança e precisa preparar alguma coisa, esquentar um leite... ou para quem optar por comprar coisinhas gostosas nos empórios espalhados pela cidade e bater um lanchinho no hotel ao invés de jantar fora. Os quartos são bons, bastante claros e até mesmo bonitos e agradáveis. A única observação seria sobre a área do café da manhã, um pouco pequena. Nos finais de semana, quando o hotel está bastante ocupado, vc tem que brigar por uma mesa, pedir repetidas vezes para que limpem a mesa que foi desocupada para você poder usar... mas no final das contas vale bem a pena.

Faixa de Preço: R$ 150,00 a diária para casal (via Booking.com - excelente custo benefício)
Endereço: Calle Esmeralda, 933 (entre Paraguay e Marcelo T. de Alvear)


Fui sozinha para Buenos Aires e decidi ficar em Palermo. A área é razoavelmente longe do Microcentro (a área em torno da Calle Florida), então resolvi que queria ter uma experiência diferente de Buenos Aires... efetivamente queria sentir outros ares de BsAs. Palermo é uma região super charmosa, que lembra bem o clima da Vila Madalena, em São Paulo, mas com uma diferença essencial: ao contrário das ladeiras e ruelas da Vila Madá, Palermo é totalmente plana, e tem quadras bastante simétricas. A região mais interessante fica num quadrilátero entre as avenidas Santa Fé, Córdoba, Godoy Cruz e Scalabrini Ortiz. São praticamente 13 quadras entre a Santa Fé e a Córdoba, mas se vc estiver de boa, dá pra fazer andando tranquilamente, pois as ruas são planas, as calçadas largas, e melhor, interessantes. Todas as quadras têm bares, lojinhas interessantes, bonitas, restaurantes, cafés, sorveterias... você vai assim, passeando e descobrindo coisas.
O Koten Hotel fica apenas a uma quadra da Av. Santa Fé, por onde passa a linha verde do metrô (subte), e a estação Plaza Italia é bem próxima, ou seja, querendo ir para o centro, é fácil. O Koten é um hotel pequeno, está mais para uma guesthouse, mas é bem aconchegante, o quarto limpinho, embora o banheiro fosse pequeno e com um sistema de cortina em torno do chuveiro bem peculiar, para dizer o mínimo... mas enfim, pelo foi um achado para a região, que é bem bombada e cheia de B&Bs charmosinhos, estilosos e caros.

Faixa de Preço: R$ 120,00 a diária para casal
Endereço: Calle Guemes, 4651, Palermo

www.kotenhotel.com


Design cE – Hotel de Diseño
Ok, eu jamais buscaria um hotel de design para ficar... meus critérios são sempre localização e preço – e claro, uma qualidade razoável do hotel. Olhando hoje no Booking.com fiquei chocada com a faixa de preço do hotel, por volta de R$ 500. Obviamente que eu não paguei isso, embora tenha ficado com o quarto mais ‘simples’ disponível. Reservas pelo próprio site do hotel oferecem um valor mais razoável, e há uma promoção de 30% de desconto sobre reservas feitas com 45 dias de antecedência.

Quarto do DesignCE

 



Banheiro do DesignCE












Mas o quarto mais simples era gigantesco. A cama de casal tão larga que duas pessoas podiam deitar que tinham que esticar os braços para se tocar. Banheiro ótimo, grande, branquinho, limpinho, com ampla banheira e amenities. O hotel tem conceitos descolados como café da manhã a qualquer horário (24 horas disponível), um bar no subsolo, enfim, é bem cabeçóide. Fica localizado bem próximo da Av. Santa Fé (ela de novo), mas já na região da Recoleta (embora não muito próximo da famosa pracinha da Recoleta, que fica a boas quadras de distância). A estação Callao do subte (linha D – Verde) fica a uma quadra. A poucas quadras, fica a famosa pizzaria El Cuartito (da qual vou falar mais em outro post), a Av. Corrientes e seus teatros e livrarias, enfim, é uma outra área da cidade bem gostosa de explorar.

Endereço: Calle Marcelo T de Alvear, 1695
www.designce.com 






23.7.14

BENTO GONÇALVES - Mais umas coisinhas

O portal de entrada de Bento Gonçalves tem o formato de um barril de vinho estilizado, e é chamado apropriadamente de Pipa Pórtico. Bem ao lado há um Posto de Informações Turísticas da Cidade.

O pórtico de entrada em formato de barril
Pouco antes de chegar ao pórtico, ainda na estrada, fica um restaurante típico italiano bem famoso na região, chamado Canta Maria. Você vai logo perceber que os pratos italianos mais característicos da região são o Galeto ao Primo Canto com polenta, o Tortéi (uma massa tipo ravióli com recheio adocicado de abóbora) e a Sopa de Capeletti.
Galeto ao primo canto com polenta e tortéi no Canta Maria
 A região mais nova da cidade, em que a vida noturna é mais animada, fica nas cercanias da Av. Herny Hugo Dreher, no bairro de São Bento. Ao final desta rua fica uma bonita praça (Praça Achyles Mincarone) onde está localizada a Igreja de São Bento. Esta igreja, também em formato de barril de vinho, foi edificada como uma homenagem aos imigrantes italianos. Por fora não é tão perceptível, mas por dentro a igreja é extremamente colorida, pois praticamente toda sua parede é coberta por vitrais. Vários detalhes da igreja remetem à vitivinicultura, e os bancos têm uvas esculpidas em sua madeira. A praça também abriga um bonito monumento representando o trabalho dos imigrantes.

Igreja de São Bento, cujos detalhes remetem à vitivinicultura

Monumento aos imigrantes italianos da região
Alugamos um carro novamente num outro dia para fazer mais passeios. Pegamos a estrada do Vale dos Vinhedos (RS-444) e fomos adiante para visitar duas cidadezinhas, bem pouco turísticas: Monte Belo do Sul e Santa Tereza.
O cartão postal de Monte Belo do Sul é a Igreja Matriz São Francisco de Assis, de 1889. Pensamos em almoçar no Ristorante Nonna Metilde, típico italiano local, mas infelizmente o restaurante fecha às segundas-feiras (Funciona de terça à sexta-feira, das 11h30 às 14h).

Igreja Matriz da cidade de Monte Belo do Sul

Em seguida fomos até Santa Tereza. Encravada no meio das montanhas (uma boa subida pela estrada), a pequena e silenciosa cidade parece parte de um sonho. Não vimos quase ninguém nas ruas em uma tarde nublada de meio de semana. E nenhum estabelecimento aberto. Parecia um pouco uma cidade fantasma. Mas foi interessante visitar, é uma cidadezinha pitoresca em uma locação belíssima.
  
A pracinha da cidade em meio às montanhas

A torre dá uma atmosfera europeia à cidade, assim como o clima

Como o almoço no Nonna Metilde não deu certo, neste ponto a fome estava rugindo. Decidimos parar no primeiro restaurante que aparecesse na estrada. Já de volta ao trecho do Vale dos Vinhedos, vimos o Sbornea’s (sem website, facebook inativo). Apesar do nome estranho, entramos... a escolha não poderia ter sido melhor. Delicioso galeto com polenta, mais espaguete à bolonhesa. Quando o prato de macarrão é trazido à mesa, você pensa “Não vou aguentar tudo isso”; mas depois, é tão gostoso que é impossível deixar qualquer coisa no prato.

A última parada foi em uma vinícola linda, a Cave de Pedra, cujas caves foram construídas em pedra basalto, e a arquitetura toda remete a um castelo medieval. A edificação é muito bonita e a estrutura para receber turistas também muito bem organizada. Vale a visita! 

20.7.14

BENTO GONÇALVES - Tour Vinícola Salton e Vale das Antas

Nosso último tour foi o chamado “Vale das Antas”, que eu novamente fiz através da agência Vale das Vinhas. Como éramos apenas duas pessoas, foi um tour particular, levados pelo guia em um carro de passeio. O senhor Rafael, que nos acompanhou, era morador do lugar, e havia trabalhado muitos anos como motorista para a família Salton, o que enriqueceu demais nosso passeio, pois ele tinha mil ‘causos’ para contar. 

A primeira parada foi na Vinícola Salton, que em 2004 se transferiu para esta sede lindíssima no distrito de Tuiuty, na área rural de Bento Gonçalves. Fundada em 1910, até então a sede da empresa ficava na área urbana, no centro da cidade. 
 

A moderna linha de produção da Salton
A Salton é uma das maiores vinícolas brasileiras, e a visita vale a pena. Dá orgulho ver a tecnologia e o profissionalismo da empresa. E também a estrutura montada para receber o visitante. Toda a área de produção recebeu passarelas aéreas para permitir que os turistas observem todos o processo da linha de produção.
 

Parte das enormes caves da Vinícola Salton
Para quem quer ir por conta própria, o endereço é:
R. Mario Salton, 300 – Distrito de Tuiuty
Horário de atendimento:
De 2º a 6º das 9h às 16h
Sábados das 9h30 às 16h30
Domingos e feriados das 11h30 às 15h30
 As visitações são realizadas de hora em hora, com duração média de 45min.

Cachaçaria Casa Bucco, no Vale das Antas
A próxima parada foi na Cachaçaria Casa Bucco, que faz cachaças artesanais com um tipo bastante diferenciado de cana-de-açúcar,  produzida em um microclima de região de montanha com invernos bem marcados. As cachaças aí produzidas têm vários certificados e vêm obtendo ótimas colocações em concursos de destilados realizados no Brasil. O local ainda abriga uma pequena pousada e restaurante, onde o prato clássico é o Leitão no Rolete. 

Vista do Rio das Antas e a ponte que o cruza
A cachaçaria é bem próxima desta ponte da foto acima, que passa por sobre o Rio das Antas. A paisagem é belíssima. No retorno paramos em uma daquelas paradas simples de estrada, mas com uma proposta curiosíssima. Você pega uma travessa enorme com frios e queijos e pesa. Senta com seus amigos, come à vontade, toma sua cervejinha, e ao sair, pesa novamente quanto restou na travessa. O local cobra então um valor proporcional ao peso consumido. Como estávamos apenas em dois, e era apenas uma paradinha rápida durante o tour, pedimos um pratinho simples de queijo e salame. Mesmo assim, foi delicioso, ainda mais com esta linda vista do Vale das Antas ao fundo.

Paradinha para degustar produtos típicos da região



18.7.14

BENTO GONÇALVES - Tour Caminhos de Pedra

Este tour busca resgatar a herança cultural italiana. É uma região rural da cidade onde se mantiveram, ou foram recuperadas, casas originais dos colonos, em que geralmente a parte inferior da construção era feita de pedra e a parte superior de alvenaria. Citando o trabalho do arquiteto e urbanista local Marcelo Damazzini, "o roteiro Caminhos de Pedra é pioneiro no Brasil no segmento, referência nacional e internacional. Foi tema de muitos estudos e teses sobre turismo cultural e rural, arquitetura, patrimônio histórico, empreendedorismo e administração". Em julho de 2014 o preço do tour está por volta de R$ 85 por pessoa. Novamente eu fiz este tour com a agência Vale das Vinhas. Caso você tenha disponibilidade para ir de carro, existem muitos outros pontos para visita e apreciação. O roteiro é muito bem elaborado, bom exemplo de organização turística. O site do roteiro, com todas as dicas, também é excelente:  www.caminhosdepedra.org.br/pt/index.php



Pão saindo do forno na Strapazzon
Um dos lugares visitados foi a Cantina Strapazzon, locação do filme “O Quatrilho”.  A cantina produz vinho tradicional artesanalmente e sucos de uvas, que podem ser degustados durante a visita. Uma pequena construção em frente serve de lojinha, vendendo os sucos, doces, queijos e, o mais interessante, pão caseiro feito na hora. Muitas vezes você vê o pão ser retirado do forno de pedra, e pode comprá-lo ainda quentinho. Uma delícia.
 

Ovelhinhas em um momento de descanso após o pastoreio


Outra parada gostosa do tour é na Casa da Ovelha. É o tipo de lugar que dá gosto e orgulho de ver, pela seriedade e empreendedorismo. Você assiste a um curto vídeo contando um pouco sobre as atividades e degusta alguns dos produtos feitos com leite de ovelha (queijos e doce de leite, todos sem lactose) e depois visita o pasto onde são criadas as ovelhas. Monitores acompanham o grupo explicando tudo sobre a criação, mas o mais interessante é ver o pastoreio das ovelhas, feitas com um fofíssimo cão da raça Border Collie. Conforme o dia e o horário, pode ver amamentação de filhotes, tosquia ou ordenha. É imperdível para crianças.

A lojinha é um encanto. Além de vender os produtos feitos com derivados de leite de ovelha, tem diversos produtos relacionados, como cremes de beleza feitos com leite de ovelha, pantufas e tapetes feitos com peles de ovelha, mas o mais fofo são camisetas, chaveiros, pelúcias, tudo com o tema ‘ovelha’. Foi uma das poucas vezes que vi no Brasil uma coisa tão profissional, juntando ao mesmo tempo, de modo bem organizado e inteligente, a visita turística, uma produção industrial, e a exploração comercial (bem feita e simpática) de um tema. Vale bastante a visita. Iniciativa a se admirar e copiar em outras regiões do país.


Casa da Erva Mate e a roda d'água


A Casa da Erva-Mate é similar, mas menos produzida. Atualmente faz a produção do mate, mas o local mantém um pequeno museu em que se pode ver o funcionamento dos equipamentos utilizados para o processamento do mate no início do século XX, movidos por roda d'água. Ao final da visita há degustação de mate, e existe um pequeno varejo.


Lateral da Casa de Pedra
Visitamos apenas o exterior da Casa de Pedra, mas caso você esteja de carro, pode parar para almoçar, pois o lugar abriga um restaurante de comida italiana, com massas artesanais e carnes. A casa é um dos exemplares mais rústicos e que melhor conservam a arquitetura dos primeiros tempos da imigração.  

14.7.14

BENTO GONÇALVES - Passeio de carro

Decidimos passear um pouco por conta própria, alugando um carro na Exclusiva (como detalhei neste post) para sair um pouco de Bento Gonçalves.

Primeiro fomos conhecer o varejo da Tramontina, tão falado pelas agências de turismo (faz parte de vários pacotes). Fica na cidade de Carlos Barbosa, a uns 20 km de Bento Gonçalves pela RS 470. Bom, meu pai que é contumaz consumidor, e vive pesquisando preços de panelas e quetais, não achou que os preços valessem a pena. Preciso testemunhar que vi ônibus chegando com senhoras da terceira idade animadíssimas que pegaram cestinhas crentes que iam enchê-las, e pouco a pouco as vi largando as cestas nos cantos. A menos que haja alguma promoção especial, não vale muito a pena.

Área externa da Vinícola Garibaldi
Retornamos então para a cidade de Garibaldi, a uns 13 km de Bento. A região de Garibaldi é famosa pela produção de vinhos espumantes. Existe na região a chamada “Rota dos Espumantes”. Fomos visitar as vinícolas mais famosas, a Garibaldi e a Peterlongo. Esta última pareceu bem caída, tipo um castelo mal-assombrado. A Vinícola Garibaldi é mais animada, fica em uma avenida central, mas pareceu bastante popularesca. De modo geral não passaram a impressão de profissionalismo que tivemos nas vinícolas em Bento Gonçalves.



Entrada da Vinícola Chandon
Em seguida fomos conhecer a Chandon, na saída da cidade, já na estrada rumo a Bento Gonçalves. Aqui sim, verifica-se o profissionalismo em tudo. As instalações são de primeira linha, as visitas são gratuitas e incluem degustação de todos os espumantes produzidos pela empresa (6 tipos, desde o mais suave até o brut). A visita à produção é rápida mas bastante instrutiva. Os espumantes são feitos pelo método charmat, e é possível ver a fermentação em um dos toneis de aço. Veja neste link todos os detalhes para fazer sua visita.


A belíssima área externa da Vinícola Chandon
Já próximo à entrada principal de Bento Gonçalves fica o Vale dos Vinhedos (RS 440, com placas de indicação na estrada). Boa parte das vinícolas para visitação fica ao longo desta rota, mas também estão localizados aí restaurantes, lojas de artesanatos e outras distrações. Veja neste link os roteiros do Vale dos Vinhedos; clique em Mapa Interativo para visualizar todas as atrações.



Aproveitamos que estávamos de carro para ir até uma das mais ‘distantes’, a Biscotteria Itallini. Não tenho fotos, pois é apenas uma salinha de atendimento ao lado dos fornos em que deliciosos biscoitos são assados. Mas as meninas são super simpáticas e oferecem amostras de todos para que você experimente e decida quais quer.

Atores contam a epopeia dos italianos que imigraram para a região

Por fim, já de volta à cidade de Bento, fomos na tão falada Epopeia Italiana. Chamado pelos organizadores de “Parque Temático”, é um cenário que simula o percurso dos italianos que imigraram para a região, desde sua vida na Itália, a partida para o Brasil, a chegada ao lugar inóspito, o trabalho na lavoura... tudo isto narrado e encenado por atores, para que os visitantes ‘revivam’ este momento histórico. Ao final do percurso, em uma sala em que há uma interessante exposição de lindos acordeões centenários, os visitantes recebem uma tacinha de vinho (ou suco de uva) e biscoitos típicos italianos. É interessante, mas dá pra passar sem.



Degustação de polenta ao final da visita




12.7.14

BENTO GONÇALVES - Tour Vinícolas

Nosso primeiro passeio em Bento Gonçalves foi um tour organizado pelas vinícolas do Vale dos Vinhedos. É interessante fazer um tour destes para conhecer a região, mas também para degustar vinhos à vontade. Se você vai de carro, alguém tem que se abster de experimentar os vinhos...

Fizemos o tour chamado “Enoturismo no Vale dos Vinhedos”, que é um passeio de dia inteiro oferecido por várias das operadoras de turismo receptivo na cidade. Fizemos pela Vale das Vinhas, pois ficava localizada dentro do hotel em que estávamos, o Vinocap, mas outras agências oferecem passeio igual. Em julho/2014 o valor está por volta de R$ 120,00 por pessoa, e não inclui almoço. As agências precisam de no mínimo duas pessoas para realizar o passeio, então se você der sorte, por ex. em um dia de semana, pode fazer um tour exclusivo, apenas você e seu acompanhante.


Sala de vendas e degustação na Casa Valduga
 
A primeira vinícola que visitamos foi a Casa Valduga – ao longo do passeio você descobre que várias outras vinícolas pequenas da região são de membros da família Valduga. A Casa Valduga é uma vinícola de bom porte que tem diversas linhas de vinhos e produz espumantes pelo método champenoise. Pagamos R$20 pela visita com degustação, mas ao final ganhamos uma taça personalizada lindíssima, que custaria mais do que os R$20 pagos.

Em seguida conhecemos a loja de uma pequena vinícola chamada Dom Cândido, onde o próprio, um simpático senhor de origem italiana, nos recebeu pessoalmente com toda simpatia. Também ele é da família Valduga.

Paramos alguns minutos na Casa de Madeira - também ligada à família Valduga - que produz azeite balsâmico, sucos de uva e geléias, que são encontráveis em vários supermercados e padarias em São Paulo.

Área externa da vinícola Miolo, e o hotel Caudalie ao fundo, onde fica o 'Spa do Vinho'

Conhecemos também a vinícola Miolo, uma das grandes da região. Aqui já havia um grupo de pessoas que fez a visita junto conosco, mas ainda assim um grupo pequeno. Tivemos uma pequena explicação sobre os diferentes tipos de uvas viníferas – há amostras das parreiras logo na entrada, visitamos a linha de produção e as caves, e finalizamos com uma instrutiva degustação. A Miolo cobra R$ 15 pela visita e degustação, e você pode usar R$7,50 deste valor na compra de produtos ao final da visita.
 
Caves da Vinícola Miolo

Como estávamos sozinhos com o guia no tour, ele nos ofereceu para parar na Queijaria Valbrenta, um delicioso armazém vendendo queijos, salames de tipo italiano, além de vários outros doces típicos brasileiros.

Queijaria Valbrenta, no Vale dos Vinhedos
 
Por fim, visitamos a Torcello, uma pequena vinícola artesanal, com produção de espumantes bastante reduzida, mas de ótima qualidade. Aqui, a sala de degustação e venda da produção é no mesmo galpão em que ficam os tonéis onde a bebida repousa. Depois de visitar grandes linhas de produção, é gostoso ver que ainda existem estas pequenas produções, feitas cuidadosamente por apaixonados pela bebida.

Tonéis da vinícola Torcello